A campanha de apoio às atividades desenvolvidas pelo já tradicional Grupo de Mulheres Prostitutas da Área Central – Gempac ganha importância maior neste momento, em que mulheres e famílias ligadas ao grupo, fundado há mais de 20 anos, se deparam com o desabamento de parte da estrutura de sua sede, no bairro da Campina, tragédia que não deixou feridos no último dia 1º de março.
Com a colaboração de amigos, a entidade tem mantido sua luta agora ampliada. Mais do que sem o prédio histórico, doado pela Santa Casa de Misericórdia ao Gempac em 1997, o grupo está sem acesso aos arquivos e toda memória que está impregnada neles, depois da interdição expedida pelo Corpo de Bombeiros.
Há mais de um ano a entidade pedia ajuda para a recuperação do prédio, sem sucesso. Para o grupo, a tragédia foi assim anunciada e reflete a situação de muitas outras entidades que lutam por direitos humanos, com, por exemplo, o sucateamento, a institucionalização forçada e sem sustentabilidade. “Se estamos vivas hoje, foi porque voltamos às esquinas e, na hora do desabamento, estávamos na esquina do Gempac, fazendo um oficina com as colegas sobre este mesmos sonhos e ideais”, conforme se extrai do blog da entidade.
O Gempac pede apoio da sociedade para que se pressionem as instituições responsáveis e se emitam, em caráter de urgência, os laudos sobre a real situação de prédio, no caso, a Defesa Civil e o próprio Corpo de Bombeiros. Assim, manifestam no blog, será possível que possam retirar todo o acervo bibliográfico, registro fotográfico, arquivos antigos e equipamentos usados em oficinas e se possa reformar o prédio com dignidade e segurança.
“Não foi permitido que fosse iniciado o escoramento de suas vigas principais e, a cada chuva, é eminente o desabamento de sua estrutura mais pesada, o telhado sustentado em apenas uma viga central, levando ao desabamento do andar superior totalmente. Se não corrermos com os laudos, podemos ter danos maiores e sem volta. Mais uma memória se apaga. Mas principalmente não queremos nenhuma perda humana”, reiteram, pela mesma fonte de informações.
A campanha “Não deixa a luz da esquina se acabar” propõe que sejam feitas doações de, pelo menos, R$10, na conta do grupo:
Banpará
Agência 011 Belém Centro
Conta Corrente: 0000320757
Em nome de Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará
Nesta segunda-feira (04), o grupo se reunirá às 19h no Escritório Provisório do Gempac – que fica na travessa Campos Sales, número 745, esquina com Carlos Gomes – para planejarem algumas ações, ainda que provisórias. O grupo está aberto a idéias, solidariedade e, principalmente, ação!
*Atualizado dia 04/03/2013, para correção solicitada pelo grupo no que se refere à conta bancária de depósito