Na noite da última sexta feira (24), a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) lançou uma edição especial do jornal Resistência inteiramente dedicada à 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará.
Com o tema “A COP 30 Sob o Olhar dos Povos”, a publicação destaca a importância da participação popular e das organizações da sociedade civil nas discussões sobre o futuro do planeta, garantindo direito voz a comunidades tradicionais, povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, e movimentos sociais que lutam diariamente pela defesa da vida e do território.
A nova edição traz reportagens, entrevistas, poesias e artigos de opinião que abordam o impacto das mudanças climáticas na região amazônica, a necessidade de políticas públicas efetivas e a urgência de colocar os direitos humanos no centro do debate ambiental.
Para Eliana Fonseca, Coordenadora Geral da SDDH, neste momento o Jornal Resistência, que foi fundado em 1978, tem uma grande importância como veículo alternativo de comunicação que garante voz aos povos que vivem na Amazônia. “O Jornal Resistência, fundado ainda no período da Ditadura Militar no Brasil, tem um papel fundamental por ser um veículo de comunicação alternativo e traz nesta edição a voz dos povos da Amazônia que constantemente tem seus direitos violados, seus territórios invadidos e sofrem ameaças. Ele tem uma importância histórica e relevante, porque também eleva a voz dessas populações na denúncia dessas violações. O Resistência nasceu para ecoar as lutas do povo. Agora, queremos que a COP 30 seja também um espaço de resistência e esperança. É hora de mostrar que a Amazônia fala, propõe e resiste”, afirma Fonseca.
Os objetivos do Jornal Resistência, criado pela SDDH-PA, foram inicialmente de combate à repressão e à transparência dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil, atuando como um veículo de oposição e resistência, especialmente no Pará. Seu propósito era desafiar o regime militar através da informação e da crítica, principalmente por meio de acusações e reportagens que denunciavam abusos.
Para Marco Apolo, o Resistência é o jornal mais antigo dos movimentos sociais do estado do Pará e tem sido o carro chefe da SDDH. “As pessoas que lutavam contra a Ditadura Militar se reuniam para fazer o jornal que cumpria papel de ser a voz de todos aqueles que eram perseguidos pelo regime e denunciava os abusos e a falta de liberdade vividas no país. Daqui a dois anos o jornal completará 50 anos e continua cumprindo uma tarefa muito importante na luta pela democratização da comunicação e estará presente durante a COP 30 e a Cúpula dos Povos em Belém”, afirma Apolo.
O Resistência, construído por vários seguimentos da classe trabalhadora, é organizado pelo coletivo de comunicadores em Direitos Humanos da SDDH. Cristivan Alves, quilombola e membro do coletivo de Comunicador@s em Direitos Humanos ressalta a importância do jornal para a luta em defesa dos Direitos Humanos na Amazônia. “O Resistência é o principal veículo de comunicação da SDDH que tem o compromisso da defesa dos Direitos Humanos na Amazônia e nesta edição especial traz temas importantes como Justiça Climática, Tribunal Popular em Defesa do Clima; Cop do Povo e das Baixadas; as Cúpulas do Povo e das Infâncias; MST; Na Cuia; Comitê de Direitos Humanos; Juventude Indígena e Hip Hop Pai d’égua”, finaliza Alves.
A edição especial do Resistência já está disponível em formato impresso e digital, podendo ser consultada através das redes sociais e do site da SDDH Pará. Acesso no link: Jornal Resitência Digital
Por Carlinhos Luz – MST – Coletivo de Comunicador@s em Direitos Humanos
Foto: Cristivan Alves e Francisco Batista